Popularização da mobilidade elétrica acelera com lançamentos acessíveis e incentivos fiscais
Por muito tempo, falar em carro elétrico no Brasil era quase como falar em carro voador: parecia distante, caro e exclusivo. Mas esse cenário está mudando — e rápido. O que antes era um símbolo de luxo e tecnologia para poucos agora começa a ganhar as ruas em versões cada vez mais acessíveis. A popularização já é uma realidade em países como China, Noruega e Reino Unido — e, aos poucos, também se desenha por aqui.
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Modelos mais compactos, com menos firulas tecnológicas, mas prontos para enfrentar o trânsito urbano, estão chegando com preços que, embora ainda altos, começam a competir com SUVs e sedãs tradicionais. E com uma vantagem difícil de ignorar: abastecer na tomada custa até 80% menos do que no posto.
Montadoras chinesas, como a BYD, e tradicionais, como Renault e Chevrolet, têm puxado essa virada de chave. Seus lançamentos mais recentes focam em carros urbanos com autonomia média e preços abaixo da faixa dos R$ 150 mil — valor que, embora não seja exatamente barato, se aproxima do que muitos brasileiros já pagam por carros a combustão 0 km.
A conta que muita gente começa a fazer é simples: menos gasto com gasolina, menos visitas à oficina, mais incentivos fiscais — em alguns estados, inclusive, com isenção de IPVA e rodízio. Isso sem contar o fator ambiental, que pesa para um público cada vez mais jovem e preocupado com o futuro do planeta.
Entre os modelos que já figuram entre os elétricos mais acessíveis, estão:
- Renault Kwid E-Tech: o “subcompacto elétrico” da Renault chegou ao Brasil com preço inicial abaixo de R$ 150 mil. Autonomia urbana, tamanho compacto e visual renovado são os trunfos.
- BYD Dolphin: sucesso da montadora chinesa, o hatch já é um dos mais vendidos do país no segmento, com autonomia superior a 250 km e preço competitivo.
- JAC E-JS1: outro chinês que caiu no gosto dos brasileiros, o modelo promete praticidade para o dia a dia e está entre os mais baratos da categoria.
- Chevrolet Bolt EUV: embora posicionado num patamar um pouco mais alto, o SUV compacto se destaca pela tecnologia embarcada e pela robustez.
E tem mais vindo por aí: Volkswagen, Fiat e GWM (Great Wall Motors) já confirmaram lançamentos de compactos elétricos com preços mais “pé no chão” para o segundo semestre de 2025.
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Para quem está de olho em um carro novo, os elétricos começam a se tornar uma opção real, não só uma tendência de feira automotiva. A expectativa do setor é que os preços continuem caindo, especialmente com a entrada de mais concorrentes e com a possível criação de políticas públicas voltadas à produção nacional de carros elétricos populares.
Em paralelo, empresas de energia e shoppings estão acelerando a instalação de pontos de recarga — o que reduz a velha ansiedade de “ficar na mão” no meio do caminho. Hoje, já é possível viajar de São Paulo ao litoral ou ao interior com rotas cobertas por eletropostos, algo impensável há três anos.
Se antes um carro elétrico era símbolo de status, agora ele começa a ser visto como instrumento de economia doméstica. Um motorista que roda cerca de 1.500 km por mês pode economizar mais de R$ 500 só com abastecimento, dependendo da tarifa de energia local.
Claro, ainda há desafios: o preço de entrada precisa cair mais para competir com modelos populares abaixo de R$ 100 mil, e a rede de recarga ainda está longe de ser ideal fora dos grandes centros. Mas, em termos práticos, a virada já começou.
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