Inaugurado em dezembro pela gestão passada sem cabine primária, equipamento não tem estrutura para reservatórios térmicos e sistema anti-incêndio
O Pronto Cardio, equipamento projetado para atendimento de emergência nas áreas cardiológicas e neurológicas em São Caetano passa por adequações, após a gestão do prefeito Tite Campanella (PL) identificar problemas na execução do projeto.
O equipamento foi inaugurado inconcluso em dezembro de 2024. O prédio de R$ 12 milhões não tem cabine elétrica primária, caldeiras, sistema anti-incêndio e instalações para água quente, por exemplo.
Segundo a secretária de Saúde, Adriana Berringer, no último dia 14 a Enel - concessionária de energia - aprovou o projeto de instalação da cabine primária e os departamentos da prefeitura estão em fase final de execução dos editais para dar sequência na instalação do equipamento. Outras adequações estão em andamento para que no prazo de mais 150 dias a unidade, que terá outra funcionalidade, seja finalmente aberta.
“Não é só a cabine primária. Tem uns boilers (reservatórios térmicos) que foram comprados. Temos uma adequação civil ainda para fazer, a fim de garantir o aquecimento da água dos respiradores da UTI (Unidade de Terapia Intensiva). No dia 3 de junho, está no cronograma, será feita a instalação do sistema anti-incêndio, para poder atualizar o AVCB (Auto Vistoria do Corpo de Bombeiros)”, disse a secretária durante audiência pública da Saúde, nesta quinta-feira (29) na Câmara.
Outro processo também terá de ser encampado pela gestão Tite, a compra de um gerador. O equipamento garante que em caso de interrupção ou falhas na rede elétrica da Enel, os equipamentos médico-hospitalares continuem em funcionamento, evitando assim riscos à vida dos pacientes.
Entretanto, a secretária lembrou que a futura destinação da unidade está em estudo e, por isso, o processo de compra do gerador está suspenso. “É preciso saber qual é o destino do prédio, para que possamos comprar um gerador que seja adequado ao que vai ser feito lá dentro”, disse.
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Edison Parra (Podemos) disse que os problemas apontados refletem situações já denunciadas por ele no ano passado. “As informações trazidas na audiência deixaram muito claro que a entrega do Pronto Cardio não passou de uma encenação, já que a infraestrutura não está totalmente finalizada até hoje. A inviabilidade e a falta de demanda escancaram também a ausência de planejamento do antigo governo e o amadorismo na gestão dos recursos públicos. Vimos muitas obras não prioritárias e agora está sendo comprovado que também eram desnecessárias. Agora, cabe ao novo governo dar uma destinação adequada para aquele prédio”, apontou.
O líder do governo, vereador César Oliva (PSD), lembrou da herança deixada para atual gestão, mas disse que a equipe de governo tem atuado para resolver a questão de forma prioritária. “A secretária de Saúde vem avaliando a destinação do Pronto Cardio e tem levado em consideração 19% a menos de orçamento, e mais de R$ 100 milhões de restos a pagar. A cidade está precisando de leitos e a avaliação é de poder usar aquele espaço para aumentar a capacidade”, afirmou.
Adriana foi indagada por Parra sobre R$ 463.945,96 em emendas parlamentares para reforma de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) enviadas à cidade entre 2016 e 2017, que geraram uma dívida de R$ 709.100,23 à Prefeitura. A secretária explicou que não houve a prestação das contas, o que gerou a devolução do montante atualizado à União no dia 10 de abril.
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