Na ponta do índice na sessão, Brava (+4,28%), Vamos (+3,75%) e PetroReconcavo (+3,40%)
O Ibovespa interrompeu uma série de três ganhos e cedeu nesta quarta-feira 0,47%, aos 138.887,81 pontos, em dia negativo também em Nova York. O dia foi de ajuste bem distribuído pelas ações de primeira linha, à exceção de Bradesco (ON +1,74%, na máxima da sessão no fechamento; PN +0,69%). O giro na B3 ficou em R$ 19,3 bilhões. Na semana, o Ibovespa sobe 0,77% e, no mês, avança 2,83% faltando duas sessões para o encerramento de maio - no ano, acumula ganho de 15,47%.
Na ponta do índice na sessão, Brava (+4,28%), Vamos (+3,75%) e PetroReconcavo (+3,40%). No lado oposto, Usiminas (-4,67%), Azul (-3,74%), com a confirmação de que a companhia aérea ingressou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, e CSN (-3,67%). Entre as blue chips, apesar do avanço do petróleo em Londres e Nova York, Petrobras foi destaque negativo, com a ON em baixa de 1,24% e a PN, de 0,32%, ambas nas respectivas mínimas do dia no fechamento.
Para junho, ao lado de questões domésticas, como as idas e vindas em torno do IOF e sua aceitação pelo Congresso, fatores externos estruturais continuarão a dar o tom para os negócios, com efeito direto para o fluxo estrangeiro na B3, decisivo até aqui para a progressão acumulada pelo Ibovespa no ano, com renovações de máximas históricas, na casa dos 140 mil pontos, neste mês, observa Jonatas Pires Faura, especialista em alocação de ativos na WIT Invest.
"Como a China tem tido dificuldades de manter sua economia girando, demandará menos importações, principalmente de commodities. O minério de ferro tem sofrido na última semana por conta disso. E a execução da política monetária e fiscal nos Estados Unidos também continuará a trazer impactos globais", acrescenta ele.
Nesse contexto, a principal ação da carteira Ibovespa, Vale ON, voltou a fechar em baixa, de 0,80%, com o prosseguimento da correção de preço do minério de ferro em Dalian, nesta quarta a US$ 97,07 por tonelada no contrato mais negociado, e também em Cingapura, a US$ 95 por tonelada nas entregas para junho.
Destaque da agenda doméstica na tarde desta quarta-feira, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril trouxe criação líquida de 257,5 mil postos de trabalho, bem acima do consenso de mercado para o mês. "Pela segunda vez no ano, o Caged superou (e muito) as projeções dos analistas, reforçando a visão de que o mercado de trabalho continua aquecido no Brasil", aponta em nota Flávio Serrano, economista-chefe do Bmg.
Segundo ele, a dinâmica extremamente robusta do emprego continua sendo um contraponto ao cenário de desaceleração da atividade econômica, que é necessária - mas não suficiente - para a acomodação da inflação doméstica.
"O dado de hoje, aliado a outras informações sobre o mercado de trabalho, como taxa de desemprego e rendimento médio real, segue sendo um desafio para o Banco Central na condução da política monetária", acrescenta o economista, que mantém a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a Selic em 14,75% ao ano na reunião de junho, marcada para os próximos dias 17 e 18.
No exterior, o destaque da tarde foi a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, que não alterou o sinal negativo, desde mais cedo, nos índices de ações em Nova York: no fechamento, Dow Jones -0,58%, S&P 500 -0,56% e Nasdaq -0,51%.
A incerteza em torno da política comercial do governo Trump, as ameaças às metas de emprego e inflação do Federal Reserve, assim como a dúvida sobre qual lado do duplo mandato do BC americano enfrenta os maiores riscos a médio prazo, incentivam o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) a aguardar com cautela por mais informações, avalia a Pantheon em relatório sobre a ata.
Para a Pantheon, o documento não trouxe informações sobre quando o comitê de política monetária do Fed terá conhecimento suficiente para tomar uma decisão, o que faz com que a instituição mantenha as opções em aberto.
"A ata do Fed confirmou aquela percepção de que os juros nos Estados Unidos devem permanecer altos por mais tempo, não favorecendo o apetite por risco e mantendo o Ibovespa no rumo de um ajuste natural após uma sequência de ganhos", diz Gabriel Cecco, especialista da Valor Investimentos, destacando a abertura na curva de juros doméstica na sessão, em linha com o observado também nos rendimentos dos Treasuries. "Investidor está pedindo mais retorno para carregar risco, com a situação fiscal ainda em foco tanto aqui como nos Estados Unidos", acrescenta.
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