Venda de livros digitais sobe 21,6% e impulsiona mercado editorial; obras religiosas lideram em exemplares vendidos
O mercado editorial brasileiro fechou 2024 com leve crescimento real de 0,2%, impulsionado principalmente pela alta expressiva nos livros digitais e pelo bom desempenho de obras religiosas. O faturamento total do setor foi de R$ 4,2 bilhões, com crescimento nominal de 3,7%. Porém, ao descontar a inflação (IPCA de 4,83%), houve uma leve retração de 1,1%.
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A informação é da pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, realizada pela Nielsen BookData em parceria com a CBL (Câmara Brasileira do Livro) e o SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros).
Pela primeira vez, o estudo apresentou os dados de vendas por gênero. O segmento de Não Ficção Adulto lidera em faturamento (28,5%), seguido de perto por obras didáticas (27,2%) e religiosas (15,6%). Mas em número de exemplares vendidos, os livros religiosos dominaram com 29,5% do total, evidenciando o alcance desse tipo de conteúdo no Brasil.
“O desempenho digital surpreendeu. Com alta de 21,6%, o conteúdo digital foi decisivo para manter o setor no azul”, afirmou Dante Cid, presidente do SNEL. As bibliotecas virtuais foram destaque no digital, com alta de 47,6% e quase metade do faturamento do setor nesse formato.
A única queda significativa foi nos livros didáticos, que recuaram 5,1% nas vendas ao mercado. Segundo o SNEL, isso se deve à migração de parte desse conteúdo para plataformas educacionais digitais, ainda não completamente captadas pela pesquisa.
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Entre os canais de venda, as livrarias físicas voltaram a ganhar espaço nas vendas de obras gerais, enquanto os sites próprios das editoras cresceram especialmente nos segmentos de religiosos e CTP (científicos, técnicos e profissionais).
Em 2024, foram produzidos 44 mil títulos (sendo 23% lançamentos), e 366 milhões de exemplares comercializados. O preço médio do livro cresceu apenas 2,9%, abaixo da inflação, o que contribuiu para manter o livro mais acessível ao público.
Para a presidente da CBL, Sevani Matos, os dados mostram uma diversificação no consumo. “A liderança da não ficção adulta e a força dos livros religiosos revelam que o público brasileiro está buscando conhecimento, espiritualidade e não apenas entretenimento”, disse.
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