Muito se fala em poupar dinheiro para ter uma velhice segura, mas, além de garantir uma situação financeira que nos proporcione conforto e segurança, precisamos também de músculos.
A partir dos 30 anos, ocorre uma perda natural de massa muscular em todos os indivíduos. E essa massa muscular não é responsável apenas por um visual atlético e esteticamente agradável, mas também pela nossa habilidade de locomoção e movimentação, incluindo ações simples como abaixar, levantar e sentar.
Dependendo da idade, esses movimentos podem parecer simples e até automáticos, mas, com o passar dos anos, tendem a se tornar mais difíceis, a depender da condição física da pessoa. Com o envelhecimento da população brasileira, em breve teremos muito mais idosos do que jovens. Quem aponta isso é um dado recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra uma queda contínua nas taxas de natalidade desde 1974, registrando uma redução de 0,7% na comparação entre 2022 e 2023.
Quando se trata de longevidade, os idosos de hoje vivem de maneira completamente diferente dos de 50 anos atrás. Estão mais ativos; muitos continuam no mercado de trabalho, alguns por necessidade, outros para se manterem ocupados mental e fisicamente. Aquele cenário de senhoras sentadas tricotando na cadeira de balanço e senhores com andadores, bengalas e cadeiras de rodas ainda existe, mas está cada vez mais raro.
Hoje, é comum vermos excursões de idosos para diversos destinos, campeonatos esportivos em clubes públicos, e grupos de atividades físicas de baixo impacto em praças e Unidades Básicas de Saúde, como dança, alongamento e yoga.
O mérito dessa melhoria na qualidade de vida da população idosa atual se deve, em grande parte, ao calendário de vacinas, que previne doenças significativas que afetam principalmente as pessoas com mais de 60 anos, como a gripe. O acesso ao saneamento básico por grande parte da população também passou a evitar problemas de saúde consideráveis. Programas de seguridade social e o acesso à educação também são fatores importantes.
E, para viver todas essas experiências, e muitas outras, precisamos, sim, de músculos. Por mais que a musculação não seja a atividade preferida de todos, ela é fundamental para construir a sua “poupança muscular” e garantir qualidade de vida a curto, médio e longo prazos. No entanto, além dos equipamentos das academias que nem sempre agradam, existem outras modalidades que favorecem a preservação muscular, como o pilates, por exemplo. Alguns exercícios de força também podem ser feitos em casa, desde que com orientação profissional, para evitar fraturas e contusões.
A preservação da massa muscular ao longo da vida também garante independência para ir e vir, sem a necessidade de suporte ou apoio, especialmente quando surgem dificuldades de locomoção ou para realizar tarefas simples do dia a dia, como se alimentar.
Não importa a sua geração, seja ela Z, millennial, X ou mesmo se você já passou dos 60 anos. Nunca é tarde para começar a se cuidar e conquistar uma vida com mais autonomia e qualidade.
Fabiano Gonçalves Guimarães é presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
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